GNOMOS AO LUAR
Gnomos no luar que faz selvas
As florestas sossegadas,
Que sois silêncios nas relvas,
E em cabanas abandonadas...
Fazeis sombras enganadas,
Que sempre se a gente olha
Acabastes de passar
E só um tremor que desfolha
Que o vento pode explicar
Fala de vozes sem falar,
Levai-me no vosso rastro,
Que em minha alma quer cantar
Como vosso corpo, um astro
Que só brilha quando houver
Quem o suponha sem ver...
Não sei se canto ou choro
Quero velar-te a sorrir.
Lembrando o que não me lembro,
Alguns que saibam sentir,
Mas ninguém sabe definir.
Grande sol a entreter
Meu meditar sem ser
Neste quieto recinto...
Quanto não pude ter!
Forma a alma com que sinto...
Se vivo é que perdi...
Se amo é que não amei...
E o grande bom sol ri...
E a sombra está aqui
Onde eu sempre estarei...
Há uma música do povo
Sei que ouvindo é um ritmo novo...